Livro: “Heroínas Negras Brasileiras em 15 córdeis” – Uma Homenagem À Luta e à Cultura
As histórias das heroínas negras brasileiras são como fios entrelaçados, formando uma teia de resiliência e liderança que atravessa séculos. Neste artigo, exploraremos o livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, escrito por Jarid Arraes, e mergulharemos na riqueza dessas narrativas que ecoam nas comunidades quilombolas. Vamos desvendar a origem do cordel, conhecer a autora e sua paixão por resgatar essas histórias, e entender por que essas vozes importam mais do que nunca.
Sobre a Autora: Jarid Arraes
Jarid Arraes, escritora, cordelista e poeta brasileira, é uma voz incansável na preservação da cultura afro-brasileira. Nascida em Juazeiro do Norte, no Ceará, ela traz consigo a herança de seus avós, poetas e xilógrafos, que moldaram sua paixão pela literatura. Arraes se dedica a pesquisar e resgatar as histórias das mulheres que marcaram a história do Brasil, especialmente as negras, muitas vezes esquecidas nas escolas e na mídia. Seu compromisso com a memória e a luta política é evidente em sua obra.
O Cordel: Uma Tradição Literária Regional
O cordel, de origem portuguesa, encontrou solo fértil no Nordeste brasileiro. Essa literatura popular em versos, impressa em pequenos folhetos com capas de xilogravura, é uma tradição regional que se opõe à literatura tradicional dos livros. Os cordelistas, como Jarid Arraes, usam uma linguagem coloquial, repleta de humor, ironia e sarcasmo, para abordar temas diversos, como folclore, religião, política e realidade social. Os cordéis eram vendidos em feiras, pendurados em cordas, e assim surgiram os “cordéis”.
“Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”
Nesse livro, Jarid Arraes nos apresenta 15 histórias de mulheres negras que desafiaram o status quo. Elas lutaram por liberdade, direitos e espaço na política e nas artes. Da guerreira Dandara à poetisa Carolina Maria de Jesus, essas heroínas deixaram marcas indeléveis na história do Brasil. O cordel é o veículo perfeito para celebrar suas trajetórias, pois mantém viva a tradição oral e a conexão com o povo.
Cada heroína é homenageada por meio de um cordel, um formato poético tradicional, que reflete sua luta, determinação e contribuições. Vamos conhecer algumas delas:
Antonieta de Barros: Pioneira na política e na educação, Antonieta é representada por um cordel que destaca sua trajetória inspiradora.
Aqualtune: Uma líder quilombola, Aqualtune lutou pela liberdade e resistiu à opressão.
Carolina Maria de Jesus: Escritora e voz contra a injustiça, Carolina é lembrada por sua obra e coragem.
Dandara: Guerreira e estrategista, Dandara desafiou o status quo.
Esperança Garcia: Sua história revela estratégias de sobrevivência e resistência.
Eva Maria do Bonsucesso: Uma mulher de força e determinação.
Laudelina de Campos: Defensora dos direitos das trabalhadoras domésticas.
Luisa Mahin: Quituteira e ativista, Luisa transmitia bilhetes secretos durante a Revolta dos Malês.
Maria Felipa: Heroína da luta pela independência na Bahia.
Maria Firmina: Escritora e abolicionista, Maria Firmina deixou um legado importante.
Mariana Crioula: Sua história é um exemplo de resiliência e liderança.
Na Agontimé: Uma mulher que marcou sua época.
Tereza de Benguela: Líder do quilombo de Quariterê, Tereza enfrentou desafios com coragem.
Tia Ciata: Referência na cultura afro-brasileira e no samba.
Zacimba Gaba: Sua história também merece ser celebrada.
Em “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, Jarid Arraes nos convida a mergulhar na riqueza da cultura afro-brasileira. Essas histórias não são apenas do passado; elas ecoam no presente, inspirando líderes quilombolas a continuarem a luta por seus direitos e a preservação de suas tradições. Que essas vozes ressoem em todos nós, construindo um futuro mais inclusivo e igualitário.
Por Que Essas Histórias Importam?
As histórias das heroínas negras brasileiras são um espelho para as comunidades quilombolas. Elas inspiram a resiliência, a luta contra a opressão e a busca por justiça. Ao conhecer essas vozes, reconhecemos nossa própria história e fortalecemos nossa identidade. Além disso, essas narrativas nos lembram que a igualdade e a diversidade são fundamentais para um mundo mais justo.